"O Plano Nacional de Leitura (PNL) foi ontem apresentado na Biblioteca do Palácio da Ajuda pelos ministros da Educação, Cultura e Assuntos Parlamentares, Maria de Lurdes Rodrigues, Isabel Pires de Lima e Augusto Santos Silva, respectivamente. Isabel Pires de Lima afirmou que este plano “extravasa os conceitos tradicionais de leitura” e apelou a que “os portugueses adoptem esta causa”. Pires de Lima referiu que ao tradicional lema “ler é saber”, hoje em dia deve acrescentar-se que ler “é sinónimo de poder, entendido como chave-mestra para abrir portas e caminhos e um poder que nos torna cidadãos mais completos e participativos”.
O Plano a 10 anos, traçado pelo Governo, quer pôr os portugueses a ler mais, tendo nesse sentido constituído uma comissão coordenadora liderada pela escritora Isabel Alçada e apoiada por uma comissão de honra e uma científica. Esta comissão delineará projectos e orientações que visem dinamizar a leitura, “entender o livro como um objecto natural”, criar comunidades de leitores e uma rede de mediadores de leitura. Na primeira linha da acção estarão os jovens, mas os diferentes ministros salientaram que o PNL “é transversal a toda a sociedade”. “Este é um plano rasgado e com assumido sentido de futuro”, disse Isabel Pires de Lima, frisando que os resultados só serão visíveis a médio e longo prazo. O PNL está atribuído ao Ministério da Educação, que prevê um orçamento “nesta primeira fase de arranque entre um e dois milhões de euros” dependendo das propostas de cada uma das escolas. A ministra da Educação afirmou que o triplo deste orçamento “seria o ideal”, bastando para tal que a cada euro do seu ministério se juntasse um euro das associações de pais, um euro da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e um euro dos mecenas. Em termos lectivos, o Plano propõe que os professores, nomeadamente os de Português, incentivem o gosto pela leitura através de várias actividades. No 1º ciclo do Ensino Básico passará a ser obrigatória uma hora de leitura, que se intitulará «Está na hora da leitura». No 2º ciclo será obrigatória uma hora de leitura por semana, dentro do tempo lectivo. No âmbito do PNL, a comissão coordenadora apresentará “várias sugestões de como abordar o livro, fazer a leitura, desde a dramatização a uma leitura expressiva” aos professores, explicou Isabel Alçada. A produção de programas para televisão e rádio "centrados no livro e na leitura", a sensibilização da opinião pública pela comunicação social e o "apoio a 'blogs' e 'chat-rooms'" sobre este tema estão entre as principais acções do plano. Serão ainda feitos inquéritos aos hábitos de leituras dos portugueses. A comissão disponibilizará em breve também um portal: www.planonacionaldeleitura.gov.pt - que se tornará “um ponto de apoio e troca de impressões e experiências, disse Isabel Alçada. A ministra adiantou ainda que em breve será lançado um projecto que congregará autores, criadores e jornalistas." A Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura integra 108 personalidades como Eduardo Lourenço, José Saramago, Eduardo Prado Coelho, Vasco Graça Moura, Miguel Sousa Tavares, José Gil, Manuel Vilaverde Cabral, José Pacheco Pereira, Emílio Rui Vilar, Alexandre Quintanilha, Manuel Sobrinho Simões, Teresa Patrício Gouveia, D. José Policarpo, Jorge Sampaio, Mário Soares, Belmiro de Azevedo, Luís Figo, etc. Fonte : O Primeiro de Janeiro - 2-06-006Imagem : Quint Buchholz (Balança de Livros [BücherWaage] ,199?) Ver informação em Educare |
Não querendo entrar em pessimismos, mas alguém acredita que o PNL vai dar em alguma coisa?
Não será esta mais uma daquelas iniciativas carregadas de boa fé, o que não é mau, mas sem que sejam dadas condições para as escolas e professores?